
Entre os cerca de 200 indivíduos identificados como participantes do 8 de Janeiro, poucos receberam tanta atenção quanto a cabelereira Débora Rodrigues dos Santos, 39, que ficou conhecida por ter pichado “Perdeu, mané” na estátua A Justiça, localizada na praça dos três poderes.
⭕Mãe de dois filhos e presa desde março de 2023, Débora está sendo acusada pela PGR e tornou-se um dos símbolos do movimento que pede a anistia aos presos pelo ataque à sede dos Três Poderes depois que o ministro Alexandre de Moraes pediu uma pena de 14 anos de prisão, considerada por muitos como desproporcional.
⭕Agora, fontes sugerem que o ministro Luiz Fux, do STF, estaria considerando sugerir um novo cálculo para a pena, reduzindo os 14 anos inicialmente sugeridos caso seja comprovado que Débora não participou dos ataques dentro do Supremo Tribunal Federal.
Débora confessou o ato de vandalismo e chegou a pedir desculpas ao ministro Alexandre de Moraes, mas alegou que nunca compactuou com “com atitudes violentas ou ilícitas”, e que estava em Brasília para manifestações pacíficas.
Ela ainda justificou o ato dizendo o seguinte: “Repudio o vandalismo, contudo eu estava ali porque queria ser ouvida, queria maiores explicações sobre o resultado das eleições tão conturbadas de 2022”
⭕Débora está sendo acusada pelos crimes de associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e dano qualificado contra o patrimônio da União, sob a justificativa de ter atuado de forma multitudinária, ou seja, em meio a tumulto causado por multidão.
Segundo a PGR, nesse tipo de crime, cada pessoa participou do ato tinha o mesmo objetivo: forçar as Forças Armadas a dar um golpe de Estado. Dessa forma, condenação de Débora seria não pelo vandalismo em si, mas pelo entendimento de sua participação no ataque que visava incentivar uma ruptura democrática.
⭕ O julgamento de Débora começou na semana passada, mas Fux pediu vista, ou seja, mais tempo para analisar o caso.