
Estabelecida em 2002 pelo então presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, a prisão militar de Guantánamo deveria receber suspeitos de terrorismo e supostos combatentes "ilegais" detidos durante operações militares americanas fora dos EUA.
⭕ A prisão é anexa à Base Naval de Guantánamo, mantida pelos EUA na ilha de Cuba desde 1903, e foi criada como parte da “Guerra ao Terror”, uma resposta americana aos atentados de 11 de setembro de 2001, e tornou-se conhecido pelas constantes violações do direito internacional e dos direitos humanos, com incontáveis casos de abuso contra os prisioneiros. Ao todo, recebeu cerca de 780 presos, dos quais 15 permanecem encarcerados.
Tanto Barack Obama quanto Joe Biden prometeram fechar a prisão, mas Donald Trump parece ter outros planos.
⭕ Em comunicado, a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, anunciou que, sob mandato do novo presidente, "hoje, o primeiro voo dos Estados Unidos para a Baía de Guantánamo com migrantes ilegais está em andamento".
Guantánamo possui uma área reservada para a detenção de migrantes, e entre 2020 e 2023 abrigou 37 imigrantes ilegais interceptados no mar. Os números, no entanto, devem crescer drasticamente a partir de agora, uma vez que Trump anunciou ao Pentágono e ao Departamento de Segurança Interna que expandam a área para receber 30 mil migrantes.
⭕ A ordem polêmica é parte da política agressiva adotada pela nova presidência em relação aos imigrantes, que já iniciou voos de deportação para diversos países, incluindo Brasil, Guatemala, Peru, Honduras e Índia. Segundo o Pentágono, mais de 5.000 migrantes detidos pelas autoridades americanas em El Paso, no Texas, e San Diego, na Califórnia ainda aguardam deportação.